Palavra do Dia – 3 de Julho – Jo 20,24-29

“Tomé, chamado Dídimo, que era um dos 12, não estava com eles quando Jesus veio. Os outros discípulos contaram-lhe depois: “Vimos o Senhor.” Mas Tomé disse-lhes: “Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei.” (Jo 20,24-29)

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Queridos irmãos e irmãs, hoje é dia da festa de São Tomé Apóstolo. Vimos o Senhor, mas se eu não vi… Cada vez mais nos preocupa o crescimento de uma vida cristã assim intimista, voltada para uma experiência com Cristo de forma subjetiva, exclusivista, eu diria uma experiência VIP, daquelas pessoas que se sentem tão importantes, que são exclusivas.

A festa de hoje nos ajuda a recordar a escola comunitária que Tomé foi obrigado a frequentar. E foi a escola de todos aqueles que aceitaram ser discípulos de Jesus. Vocês perceberam, pelo texto, que a ausência de Tomé, na comunidade, suscitou-lhe um incômodo, um incômodo que não ficou lá, mas perpassou os séculos. Não assumir a experiência da comunidade como sendo a minha experiência.

São Tomé e a vida em comunidade

Para os inimigos da tradição apostólica, o Evangelho deixa claro que, desde o início, ela teve um papel fundamental na solidificação da fé em Cristo Jesus. Os outros discípulos, diz o texto, contaram que tinham visto o Senhor. Foi por isso que tal notícia chegou até nós, por causa da tradição. Isso se arrasta até os nossos dias, questionar a Sagrada Tradição, questionar o Papa, os bispos, os padres.

Não estou falando aqui do livre diálogo, da busca da verdade presente em cada coração. Isso é saudável. E o Sínodo tem nos mostrado esse caminho de comunhão que deve se estabelecer entre todos os fiéis da Igreja, desde o Papa até os leigos em suas comunidades. Essa é a beleza do Sínodo, a abertura ao diálogo e à comunhão.

Refiro-me, contudo, a essa onda de contestação, de polemização e críticas, muitas vezes ácidas, aos ensinamentos magisteriais de mais de 20 séculos. Falo dessa forma intimista de viver a vida cristã. Falo dessas catequeses que são postadas nas redes sociais sem nenhum compromisso eclesial na vida das nossas comunidades.

A repreensão ao gesto de Tomé deve ser tomado como exemplar, para que não se repita esse distanciamento da comunidade cristã, do convívio cotidiano com os nossos irmãos, do sentir com a Igreja os dramas e os desafios dos seus fiéis. A comunidade é o lugar de aprender sobre Jesus e é o lugar de experimentá-Lo.

Que DEUS abençoe!!!